Nossos filhos devem comer frutas, verduras e legumes. Certo? Quanto mais isso estiver presente na dieta deles, melhor. Certo? Sim, isso tudo é verdade segundo os nutricionistas. A única questão é que muitos dos alimentos que damos para nossos filhos consumirem estão repletos e agrotóxicos e aí, em vez de contribuirem para uma dieta saudável, esses alimentos acabam prejudicando a saúde das crianças.
Quando conferi a lista deste ano confesso que fiquei surpresa com os itens e mais ainda com a porcentagem de agrotóxicos. E então me surgiu uma dúvida: sempre defendi que os meninos comessem frutas, verduras e legumes por que a gente sabe que só faz bem à saúde, mas e agora, o que devo fazer?
Para contribuir, com esse quadro, esse post, trazendo a lista da Anvisa, para que vocês também a conheçam e o mais importante, separei algumas orientações do que vou adotar aqui em casa para ficar o mais longe possível dos tais agrotóxicos.
E quem faz o alerta sobre o excesso de agrotóxicos em alimentos tão comuns no nosso dia a dia é a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que fiscaliza a quantidade dessas substâncias em frutas, verduras e legumes e divulga as informações para nós, os consumidores.
Alimentos e a quantidade de agrotóxico
- Pimentão – 91,8% (esse praticamente não entra aqui em casa. Ufa!)
- Morango – 64,4% (Caê gosta muito. Preciso ficar alerta)
- Pepino – 57,4% (Não é raro termos por aqui)
- Alface – 54,2% (Tem sempre na nossa casa)
- Cenoura – 49,6% (Meninos comem praticamente todos os dias!!)
- Abacaxi – 32,8% (Adoro! Ai que medo!)
- Beterraba – 32,6% (Também não é muito comum o consumo aqui em casa)
- Couve – 31,9% (Temos pelo menos duas vezes por semana no cardápio)
- Mamão – 30,4% (Não costumamos consumir)
- Tomate – 16,3% (Caê ama!!!)
- Laranja – 12,2% (Meninos sempre tomam suco de laranja quando estamos na rua)
- Maçã – 8,9% (Ui! Bem comum na dieta dos pequenos)
- Arroz – 7,4% (Nossa! Não imaginava)
- Feijão – 6,5% (Nossa! Não imaginava Parte II)
Agrotóxicos x prejuízos à saúde
Depois de conferir essa lista só resta uma pergunta: porque usar tanto agrotóxico? A verdade é que essas substâncias combatem pragas e doenças que afetam as plantações. Então basicamente elas são importantes para garantir uma boa safra, só que quando a quantidade aplicada é superior a permitida pela Anvisa o alimento passa a ser prejudicial à saúde e isso não é nada legal para com os clientes.
Em excesso, o agrotóxico causa dor de cabeça, alergia, coceiras, irritação, hipersensibilidade e problemas respiratórios.
Mas antes de “pirar”, vamos pensar em alternativas que possamos adotar para garantir apenas uma alimentação saudável para toda a família.
A feira, mas de forma consciente!
- O jeito mais simples de resolver tudo isso seria comprar apenas alimentos orgânicos (se o orçamento estiver “folgado” até dá). Neste caso, busque por produtos com etiquetas e selos informando que são orgânicos. Agora para não pesar no bolso podemos criar em equilíbrio, comprando a versão orgânica apenas dos alimentos dessa lista dos mais contaminados;
- Escolher frutas, verduras e legumes da época é uma opção bacana, já que elas não precisam de tantas substâncias tóxicas para serem produzidas;
- Lavar bem as frutas, verduras e legumes é importante, só que o agrotóxico é absorvido por ele, então não soluciona o problema;
- Sabe aquelas feiras de rua ou aquele pequeno produtor rural? Normalmente os alimentos deles não têm tantos agrotóxicos quanto os do supermercado;
- Ah, você já deixou de comprar dessas feiras por que a fruta do mercado era mais bonita? Mas é assim mesmo, quanto mais natural e orgânico o produto, mais marquinhas vão aparecer;
- Outra dica é na hora de preparar a refeição substituir esses alimentos por outros que tenham o gosto parecido (ai vale aquela tentativa/erro na cozinha).
Com alguns ajustes de cá e de lá vamos conseguir ter uma alimentação o mais saudável possível!
Bicarbonato de sódio e os agrotóxicos
O trabalho mostra que lavar maçãs por 15 minutos em uma solução de bicarbonato de sódio a 1% diluído em água (10mg/mL) foi suficiente para remover praticamente todo o resíduo de agrotóxicos da superfície das frutas. O estudo compara ainda o uso do bicarbonato com outras medidas de limpeza de frutas comumente utilizadas e conclui que seu uso foi mais eficiente que a lavagem com água ou com uma solução comercial à base de cloro.
Apesar da veracidade da notícia e dos resultados animadores ali mostrados, é necessário esclarecer alguns pontos e contextualizar as afirmações feitas:
Em primeiro lugar, é relevante informar que o bicarbonato não consegue remover a parcela de agrotóxicos que penetrou na casca da fruta, parcela esta que, no estudo, variou de 4% a 20% da substância.
Também é importante ressaltar que o estudo apenas avaliou maçãs tratadas em laboratório com dois tipos de agrotóxicos (tiabendazol e fosmete), um fungicida e um inseticida que são utilizados no estágio final da cultura da maçã. No entanto, existem diversos tipos de praguicidas e cada um deles se acumula de modo diverso nas diferentes frutas e vegetais, o que faz com que não exista garantia de que o bicarbonato será também eficiente em situações de uso de outros produtos.
Por fim, há que se considerar que os testes que geraram os resultados do estudo foram feitos em laboratório e não correspondem à realidade do consumo da maçã. Segundo recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)3, deve-se respeitar um intervalo de segurança entre a aplicação do fosmete e a colheita da fruta – sete dias, neste caso –, procedimento que se obedecido fará com que dificilmente o produto esteja presente na casca da fruta. Essa informação não foi considerada no estudo.