O método proposto pelo trabalho das Constelações Familiares permite que o cliente obtenha compreensões muito claras acerca das dinâmicas e enredos familiares que mantêm os problemas, alcançando importantes movimentos de compreensão e solução de seus conflitos internos. Neste artigo, vamos falar um pouco sobre as bases da proposta da Constelação Familiar bem como as formas de atendimento e participação.
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Trata-se de um método de trabalho psicoterapêutico de natureza fenomenológica e sistêmica, criado por Bert Hellinger. A partir das compreensões que Hellinger obteve acerca das “ordens do amor” desenvolveu esta ferramenta terapêutica que permite ao cliente olhar a rede de vínculos em que se encontra implicado e obter uma compreensão sobre as dinâmicas e enredos familiares que geram e mantêm problemas.
O ponto de partida das constelações familiares é a projeção das imagens internas que a pessoa tem sobre as suas relações pessoais e sobre o lugar que ocupa nos sistemas relacionais, seja a família ou outros sistemas. Ao permitir a exploração destas imagens internas, as constelações familiares conduzem à compreensão e à descoberta do sentido de padrões repetitivos de comportamento, os quais estão na origem de limitações e obstáculos à realização pessoal.
A mudança psicológica que o processo das constelações familiares põe em marcha ocorre por via da transformação das imagens internas. Bert Hellinger descobriu que por amor, lealdade e fidelidade à família, quando algum ancestral deixa situações por resolver, pessoas de gerações seguintes trarão o sentimento e o comportamento, a ação para a resolução dessas situações, “emaranhando-se” e permanecendo, assim, prisioneiros a fatos e eventos pelos quais não são responsáveis e dos quais sequer têm conhecimento. Esta é a herança afetiva, uma transmissão transgeracional de problemas familiares, que acaba criando dificuldades na vida a pessoa.
Há duas modalidades de atendimento: a grupal e a individual. No grupo há a participação das pessoas como representantes da família (isto é, do sistema familiar) do cliente. Pode-se dizer que a única diferença entre a constelação familiar em grupo e individual é a dinâmica, já que na individual os bonecos representam os representantes dos familiares e através da sensitividade do terapeuta e do campo energético, consegue captar todas as informações relevantes.
Como é a constelação familiar em grupo
Numa sessão de constelações familiares pode participar-se de três maneiras diferentes:
- como cliente, colocando a sua própria constelação
- como representante na constelação de outra pessoa
- assistir, mas mantendo-se incluído no círculo de pessoas que sustentam a constelação
Seja qual for a posição em que se encontre, todos realizam trabalho para a constelação em curso. A vivência em grupo é muito especial. Os grupos que se formam possuem, geralmente, assuntos afim. Isso acaba se configurando um adicional dentro desta modalidade.
O procedimento nas constelações familiares inicia-se com a apresentação de um tema/ problema pelo cliente – a pessoa interessada em colocar a constelação pessoal. Segue-se uma breve entrevista, onde se procura saber aquilo que o cliente gostaria de ver resolver-se e onde se recolhe informação factual acerca do sistema familiar.
O facilitador necessita apenas de recolher informação essencial e concreta, não se interessando por conhecer as opiniões ou explorar cognitivamente os sentimentos associados, pois constata-se que esse tipo de informação tem por efeito confundir os representantes. Não é necessário ao cliente expor o caso ao facilitador antes de assistir à sessão e também não é necessário expor demasiada informação na sessão, perante o grupo, acerca do assunto a trabalhar. O cliente terá apenas de responder a perguntas básicas, como “qual é o problema?” ou “o que deseja conseguir?” e fornecer alguns fatos importantes. Estes consistem na resposta às questões essenciais que normalmente se colocam:
- Quem pertence à família
- Se existem nati-mortos na família ou se alguém morreu precocemente
- Se ocorreu algum acontecimento especial na família que tenha marcado o destino desta
- Se os pais ou os avós tiveram casamentos anteriores ou relações amorosas anteriores significativas
Após esta recolha de informação segue-se a decisão sobre os elementos que irão ser configurados na constelação. Os elementos que normalmente são colocados na constelação são a própria pessoa que apresenta o problema e alguns membros da sua família, mas poderá também ser um elemento abstrato, como um aspecto da personalidade, uma doença, uma casa, um país, dependendo esta decisão do problema que esteja a ser trabalhado.
Entre as pessoas presentes no grupo são escolhidos representantes para esses elementos ou membros da família, os quais são então dispostos no espaço de forma a representar como a pessoa sente que se apresentam as relações entre tais pessoas (ou elementos) na realidade – elementos configurados em constelação.
A partir daqui, os representantes movem-se de acordo com aquilo que espontaneamente sentem ou percebem, a nível físico ou emocional. De fato, quando os representantes de uma constelação são situados uns em relação aos outros, começam a ter sensações e a exibir reações que não correspondem a nenhuma vontade consciente da sua parte; de repente já não atuam e sentem como eles próprios, mas como os membros do sistema que representam, chegando inclusivamente a desenvolver os sintomas físicos dessas pessoas.
O papel do facilitador é o de acompanhar o cliente no desenvolvimento da constelação. Orientando-se através do que capta na expressão verbal, corporal e emocional dos representantes, ajuda-os (facilitando) no desdobramento dessa expressão e na assistência aos movimentos de conciliação, procurando uma imagem de solução ao problema.
Ao mostrar com clareza as causas mais profundas dos conflitos, as constelações ajudam os participantes a romperem com o ciclo de repetição, liberando as vítimas de hoje, para que não se tornem os agressores do amanhã, e incluindo os agressores, pois se eles forem excluídos, o sistema não estará em paz e alguém irá resgatá-los. Ao respeitar o destino do agressor a vida dele ficará leve e seguirá em paz, em condições de fazer diferente. Mudando dessa forma seu destino, de modo a dar uma nova direção à vida dele.
Constelação Familiar individual
Estas fazem-se com ajuda de figuras como bonecos tipo Playmobil, almofadas, desenhos, ou mesmo pedaços de papel, etc. Esse espaço subjetivo é interessante para que peça ofereça a possibilidade de aceitar as projeções do cliente.
Individualmente, realiza-se a intervenção com o auxílio de figuras ou bonecos, e quando esta intervenção é realizada com crianças, pode ser chamada de jogo da família ou jogo da percepção.
O cliente coloca as peças no “campo” através de uma imagem que atua em seu inconsciente, e a partir daí é guiado pelo constelador na observação das dinâmicas e emoções que vão surgindo sobre a sua questão que está sendo constelada.
Assim como a constelação em grupo, este é um trabalho para além do racional, e, por mais que seja difícil de ser explicado, tem anos de aplicações bem sucedidas e os depoimentos de quem vive esta experiência são sobre o quanto as informações que se revelam são surpreendentes. Ambas as modalidades trazem o mesmo resultado. Apenas através de caminhos ligeiramente diferentes.