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A constelação familiar não faz um julgamento distinguindo o que é certo e errado. Uma criança pode roubar, cometer crimes diversos, porque está inserida em uma família que pratica tais atos. Ela quer se sentir pertencida, logo replica o comportamento.

A partir do momento em que, através de falas, a gente possibilita que aquela criança se liberte daquela família, fazer diferente, é possível deixar de seguir o mesmo destino dessa família.

A constelação traçada em grupo acontece através de representações realizadas por pessoas que não estão familiarizadas com a situação do cliente. Uma pessoa, por exemplo, gostaria de traçar sua constelação para descobrir os problemas relacionados a mãe ou dinheiro; a partir disso, pessoas são escolhidas pela consteladora ou constelante, para representar situações.

Técnica terapêutica ajuda a solucionar conflitos familiares 1
Eventos de constelação familiar em grupo

Os representantes, neutros quanto a situação do cliente, conseguem se conectar imensamente com o campo familiar daquele que representa, agindo então de forma espontânea, replicando com fidelidade comportamentos e sentimentos.

A fidelidade da trama acontece porque segundo Bert Hellinger, quem criou o método, existe um campo de informações para cada sistema e estas pessoas captam de forma inconsciente tais informações.

Para a física quântica tudo é energia, então é possível através do magnetismo haver esta conexão. A nossa energia se conecta com a energia daquela outra pessoa que representa. A física quântica diz que o olhar do observador altera a situação que esta sendo observada.

Já a constelação familiar traçada de forma individual se dá por bonequinhos que representam as situação, onde o cliente tem a oportunidade de sentir os sentimentos do outro. Também é possível realizar o método através de âncoras de solo.

Paninhos são dispostos no chão, cada um deles representando uma pessoa, e o cliente senta-se sobre eles, colocando-se no lugar do outro. “Quando a pessoa passa a sentir o que o outro sente é mais fácil de entender [a situação]”, explica.

Com as representações, feitas através dos voluntários, bonecos ou âncoras, é possível encontrar problemas ocultos que foram construídos ao longo de gerações, com base na consequência de acontecimentos na infância do cliente, pais ou avós — a lista pode se estender até que seja designado onde começou o problema. Por não tomar consciência destes acontecimentos, por muitas vezes por não conhecer, a gente passa a repetir os comportamentos, tornando-se um padrão. As histórias da família ficam se repetindo.

A constelação familiar é um trabalho de reconciliação. Então, ela se reconcilia com todo o passado, toda história, com todas as dores, com os perpetradores e com as vítimas. Dessa forma, ela vai se liberando de tudo isso para a partir daí fazer a sua própria história.

Ordens do Amor

Bert Hellinger, psicoterapeuta alemão, foi quem definiu as diretrizes e técnicas para se traçar uma constelação familiar sistêmica. Através dela e estudos, o psicoterapeuta conseguiu definir três leis básicas que juntas formam as ordens do amor:

  • Pertinência
  • Hierarquia do tempo
  • Equilíbrio entre dar e receber

Cada uma destas leis são fundamentais para estabelecer uma ordem básica para a vida, atuando em questões essenciais como o relacionamento familiar, e quando quebradas podem gerar conflitos.

Todos fazem parte do sistema, independente de estarem vivos ou não.

A lei da pertinência ou do pertencimento propõe que todos fazem parte de determinados sistemas — seja ele familiar ou empresarial, por exemplo — e aqueles inseridos neles buscam agir a fim de serem reconhecidos por outros pertencentes daquele sistema.

Já a lei de ordem hierarquica ou hierarquia do tempo assume que cada um tem sua posição específica na hierarquia familiar, “programados” para cumprir tal posição. Assim, os mais velhos estariam no topo.

Para Hellinger, a força masculina vem em primeiro plano, enquanto a feminina em segundo, seguida dos filhos, que também apresentam uma ordem entre eles — nesta lei, ninguém pode cumprir o papel ou tomar o lugar do outro.

mãe e filho
Mãe e filho

Quando uma mãe sofre um aborto, por exemplo, o filho que vem em seguida assume o lugar do primeiro que, em teoria, não seria dele, podendo carregar questões que sequer seriam designadas para ele.

Por fim, a lei do equilíbrio entre dar e receber. As relações seriam um sistema de troca entre iguais. Quando um dos seres tem a sensação de que só entrega e não recebe sequer algo em troca, o mesmo sente-se com raiva e injustiçado, podendo resultar em um rompimento de relação entre os dois.

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