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Dores crônicas podem derivar de várias causas, por isso seu diagnóstico muitas vezes é difícil de ser identificado

A Dor Crônica é aquela dor que persiste por pelo menos três meses. Podemos dividi-las em dois tipos: a dor nociceptiva, que está ligada à uma lesão no tecido, e a dor neuropática, que advém por alguma lesão nos nervos. Em muitos casos, não são apresentadas explicações exatas sobre os motivos das dores persistirem.

Mas e agora? Você já percebeu que estas dores físicas mudaram completamente sua rotina, sua relação consigo mesmo e com as outras pessoas? Apesar da busca por tratamento médico ser crescente, muitos desconhecem a necessidade e os benefícios do acompanhamento psicológico.

Quando entramos num processo de adoecimento, nos deparamos com a necessidade de muitas adaptações sociais e individuais, mudanças de hábito e rotina que promovam uma melhor qualidade de vida. Durante esse processo, nos aproximamos mais do sentimento de finitude e caímos em si de que não conseguimos ter controle sobre tudo, surgem então, os questionamentos, os medos, raiva e angústias.

A vivência intensa desses sentimentos e a perda de perspectivas podem caminhar para o adoecimento psicológico. Dentre os fatores desse processo, é comum que os paciente com dores crônicas sintam-se ansiosos e exacerbadamente preocupados com um agravamento do quadro clínico e sintomático, apresentem pensamentos negativos/autodepreciativos, crenças distorcidas sobre a gravidade da doença, perda dos sonhos/objetivos, percepção distorcida da própria aparência, desvalorização dos próprios feitos, medo e alta preocupação quanto à possibilidade de mudanças ou perdas em sua rede de amigos, família, namoro, casamento etc.

A falta de acolhimento e entendimento da família e amigos quanto ao sofrimento físico e emocional que vivem cotidianamente, dificultam ainda mais na aceitação do atual corpo físico e da nova realidade.

Perde-se o sentimento de pertença social, gerando um movimento de auto culpabilização e pensamentos como “Estou me tornando uma pessoa chata e que só reclama”, “Ninguém merece aguentar ficar perto de mim”.

Sendo a dor crônica um processo individual e invisível aos olhos de quem não a vivencia, é habitual que os familiares, amigos e a sociedade não tenham entendimento sobre o sofrimento real.

Em sua grande maioria, pacientes com dores crônicas requerem cuidados especiais que necessitam do envolvimento da família e de pessoas do seu ciclo de convívio diário. Essa necessidade, produz mudanças nas estruturas e nos papéis familiares, assim como no cotidiano, o que pode trazer também um adoecimento psíquico da família.

É importante lembrar que a saúde do paciente reflete sobre o funcionamento e saúde da família mas, a estabilidade e bem-estar da família também repercutirá no desenvolvimento do tratamento do paciente. Por isso, os benefícios da terapia não se restringe àquele que possui um diagnóstico, mas por todos que são acometidos à uma nova realidade.

O acompanhamento clínico médico é essencial, mas não suficiente. Não somos apenas um corpo, somos indivíduos com suas totalidades e singularidades biológicas, psicológicas e sociais, vivenciando conflitos diários. O ideal é que haja um acompanhamento clínico psicológico, individual e familiar, para prevenir o desenvolvimento de doenças psicológicas e das já existentes.

Adoecer é um processo doloroso, mas você não precisa passar por isso sozinho(a), a ausência de conhecimento e não partilha dos nossos sentimentos, tendem apenas à aumentar o sofrimento.

Terapias para lidar com a Dor Crônica

Por esses e outros fatores é que a dor crônica precisa ser tratada. E o tratamento não ocorrerá somente com um especialista, pois é uma situação complexa. Podem ser receitados medicamentos ou terapias chinesas, quase sempre acompanhados de fisioterapia (para reabilitação da parte afetada) e/ou psicólogo (devido aos problemas emocionais que acompanham a dor). 

Psicoterapia

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Psicoterapia

A psicoterapia é um espaço de acolhimento, reflexão, apropriação de recursos internos, espaço que proporciona aprender a lidar com as dificuldades de maneira mais flexível e criativa. Apesar de não existir uma cura, a dor crônica pode ser gerenciada de maneira saudável.

A cura está no nosso poder de resiliência, no despertar de nossas forças, é saber que sempre podemos criar e nos reinventarmos. Sempre é possível buscar uma vida com mais qualidade e mais ativa!

Se você se identificou em muitos momentos na leitura deste texto, valide seus sentimentos, você não precisa passar por isso sozinho(a), procure a psicoterapia e descubra novas possibilidades.

Pilates

O método Pilates quando bem aplicado, é uma ferramenta segura em reabilitação. Por se tratar de um método de condicionamento físico debruçado sobre uma filosofia chamada de “contrologia”, que tem como princípios básicos a respiração, fluidez do movimento, controle de todo o corpo, concentração durante a execução, centramento e a precisão, o praticante começa a entender melhor o próprio corpo e as suas limitações, aprende a conhecer detalhadamente como deve construir e planejar um determinado movimento, em busca da perfeição funcional, além de compreender o momento certo para lançar mão de desafios.

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Pilates é uma das práticas mais eficazes para a saúde

O praticante do Pilates é 100% participativo e interage todo o tempo com o fisioterapeuta e com a construção do movimento. Por isso, é uma excelente ferramenta para o tratamento da Dor Crônica, pois através dele, o paciente terá condições de entender melhor o corpo e suas limitações além de apreender, de forma correta, a forma de executar e elaborar os exercícios.

Yoga

De acordo com os Institutos Nacionais de Saúde, um oficial discursando na reunião anual da American Pain Society (Sociedade Americana de Dores) concordou que a dor crônica causa alterações na anatomia do cérebro e deficiências, mas que a yoga pode ser uma ferramenta importante para prevenir ou até mesmo reverter os efeitos da dor crônica no cérebro.

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Yoga em Canoas

A revista americana Psychology Today (Psicologia Hoje), recomenda que se você estiver procurando uma alternativa a pílulas viciantes para tratar a dor nas articulações e outras dores comuns, o alívio pode vir em forma de aula de yoga. Uma resenha de muitos anos de estudos realizados por pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard descobriu que a yoga pode ajudar pessoas com artrite, fibromialgia, enxaqueca, dor lombar e muitos outros tipos de condições de dor crônica, como dor ciática, dores de cabeça tensionais e dores miofasciais.

Hipnose clínica

A hipnose (também conhecida como hipnose clínica e dinâmica) no combate à dor crônica tem sido usada como um tratamento alternativo aos tradicionais, especialmente nos casos em que os outros meios não foram suficientes para promover qualidade de vida aos pacientes.

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Ocorre que a técnica passou a ser mais bem avaliada recentemente porque conseguiu se livrar de parte da imagem (negativa) que lhe foi atribuída após anos e anos sendo utilizada como prática circense ou lúdica.

Uma das técnicas usadas no combate à dor crônica consiste em desviar o foco de atenção do paciente da dor. Assemelha-se, por exemplo, à criança que é “convencida” pela mãe de que o machucado não é assim tão dolorido, de que a queda não foi assim tão feia. Quando se dá conta, a criança já está correndo novamente, sem nem recordar do machucado recente.

A hipnose como tratamento alternativo contra as dores pode ser usada por praticamente qualquer pessoa. As exceções ficam por conta, por exemplo, dos pacientes psicóticos.

Massoterapia

A Massagem está presente na história dos povos, desde a antiguidade. E assim, chega aos nossos dias, como ferramenta eficaz no controle da dor crônica. Promove grande relaxamento e alívio do estresse. Pode ser usada como tratamento, especialmente em pacientes com LER, câncer e outros traumas ou doenças.

Acupuntura

Pesquisas recentes têm mostrado que a acupuntura é eficaz no tratamento usual para a dor crônica, osteoartrite ou cefaléias. Há também evidências de que é mais eficaz do que a acupuntura sham para a dor crônica no joelho ou dor de cabeça e, pelo menos a curto prazo, para a dor lombar crônica. Outras condições foram pouco estudadas.

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Em geral, acredita-se que a acupuntura pode estimular o sistema nervoso e provocar a liberação de moléculas mensageiras neuroquímicas. As alterações bioquímicas resultantes influenciam os mecanismos homeostáticos do corpo, promovendo, assim, bem estar físico e emocional. A estimulação de determinados pontos através da acupuntura pode interagir em áreas do cérebro que são conhecidas por reduzir a sensibilidade à dor e tensão, bem como promover o relaxamento e a desativação da função analítica do cérebro, que é responsável pela ansiedade.

A acupuntura pode ajudar a aliviar a dor crônica através dos nervos estimulantes localizados em músculos e outros tecidos, o que leva à liberação de endorfinas e outros fatores neuro-humorais (por exemplo, neuropeptídeo Y, serotonina), e alterando o processamento da dor no cérebro e da medula espinal.

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